terça-feira, 6 de março de 2007

Novo Museu?

Fez-se luz! Ao pegar no livro lembrei-me do que ia falar! Ando agora a ler "Os amores de Salazar", de Felícia Cabrita, um livro em que ela humaniza o Ditador e em que se demonstra (acho eu porque ainda só vou no início do livro) de que aquele velho austero de orelhas de abano tal como os outros homens também gostava da companhia feminina.
O livro só por si não me faria escrever mas depois de ver as manifestações no fim-de-semana contra o Museu Do Estado Novo em Santa Comba Dão achei que tinha que partilhar o que aquela demonstração me levou a pensar. Tenho que dizer já que não me ponho em nenhum dos lados da barricada: não grito por Salazar nem sou totalmente contra. Não nego que Salazar foi um ditador (ia escrever a palavra tirano mas achei que ele não era puramente mau) e que fazia perseguições políticas; que não havia qualquer liberdade de expressão; que o nosso país estava atrasado no seu desenvolvimento; enfim, que muitas liberdades que hoje são indiscutíveis estavam limitadas ou completamente abolidas. Mas por outro lado, foi graças a ele que as reservas de ouro do nosso país são das maiores do mundo, que se podia andar livremente na rua a qualquer hora do dia e que nós não entrámos na II Guerra Mundial! Se tivéssemos no Governo o Durão Barroso estaríamos na primeira linha.
Não simpatizo com a imagem que me transmitem do antigo Presidente do Conselho mas também não é isso que me leva a escrever. Acho que quer se goste ou não de Salazar, quer se ache ou não que fez um bom trabalho, temos que reconhecer que são quase 40 anos da história do nosso país e que não podemos apagar, está lá marcada para sempre. Acho bem que, como parte da história, se faça um Museu do Estado Novo mas que nele se demonstre tudo o que de mau e de menos mau se passou naqueles quase 40 anos.

Sem comentários: