quarta-feira, 13 de setembro de 2006

The Straight Story



Abro aqui uma nova rubrica de crítica cultural porque houve um filme que me surpreendeu por completo e do qual tive vontade de falar. Trata-se de The Straight Story. O título foi (mal) traduzido para português porque Straight é o apelido da personagem principal mas no fundo estamos mesmo perante uma história simples.

Não sou daquelas pessoas que sabem bem a filmografia de todos os realizadores e actores e que conseguem até distinguir fases neles. Sei simplesmente que este filme me tocou. Tocou-me pela falta de artifícios da história e da importância dada aos sentimentos. O filme conta a história de um homem de 73 anos, quase cego e com problemas na anca, o que o inibe de conduzir, que percorre 360 milhas no seu corta relva. Contando apenas estes detalhes dir-se-ia que este homem é um louco, que a idade o deixou senil. Pois bem, este homem faz-se à estrada porque quer ver o seu irmão, com quem não fala há 10 anos, que acabou de ter um enfarte. O orgulho deste homem não lhe permite pedir ajuda a ninguém e decide que tem que fazer o caminho por si só. Pela viagem somos levados a uma estrada de emoções, a um percurso sobre os valores do ser humano. Recomendo vivamente a quem se queira emocionar sem as lamechas comédias românticas.

3 comentários:

JP disse...

É este o filme, é este! Poderás não acreditar, mas ando há anos a tentar lembrar-me do nome deste filme. Poderás também não acreditar no que vou contar a seguir, mas é verdadeiro, e se eu hoje pensar um pouco, foi assim que fez sentido ver este filme.

Eu fui ver este filme ao cinema, com um grupo de pessoas extremamente improvável, a partir de um convite feito autenticamente pela mão de Deus, qualquer coisa como "'bora?" e eu aderi, com pouco ou nada para fazer, perto do Natal, ao Saldanha. Lembro-me como chovia e como estávamos atrasados. Lembro-me de um homem de 40, um rapaz de 20 e poucos e outro de 20 e muitos e eu, que devia ter os meus 15 ou 16, todos a correr.

Sentámo-nos com um suspiro em uníssono e nas horas seguintes deixei-me embeber. A banda sonora de um country compassado. As genuínas feições do Sr. Alvin Straight, destilando sabedoria, o tractor e o seu passo lento enquanto é ultrapassado por todo o tipo de veículos. As pequenas histórias que fazem uma grande história. E, com alguma emoção, os momentos finais, com os dois irmãos sentados a olhar para um céu estrelado.

É um filme de David Lynch, e muito, muito obrigado por me teres recordado um filme brilhante. Encontrarei oportunidade de o rever em breve, certamente. Fica a minha recomendação, também!

Unknown disse...

:DD Fico feliz por até ter algum bom gosto! Tens mesmo que rever!
Aos que ainda não viram: vejam porque é mesmo lindo!

Pedro disse...

Não vejo filmes desses, do David Lynch, muito complicados, eu só gosto é de ver bonecada... =p